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UM HOMEM SINGULAR

por marcolinofernandes, em 28.02.17

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É com imensa honra e enorme satisfação que, neste momento, utilizando a rede social facebook, venho fazer um agradecimento público e singelo a um homem singular, um homem de múltiplos amigos, um ser humano excepcional, um homem universal. É um agradecimento pessoal, mas também colectivo, sobretudo colectivo. Agradecimento pessoal, por ter apadrinhado a publicação do livro “Fragateiros do Tejo”. Agradecimento colectivo, por ser o grande impulsionador de um conjunto de iniciativas que visam homenagear e exaltar os antigos fragateiros do Tejo, divulgando, preservando e perpetuando memórias do rio. E fá-lo com entusiasmo, dedicação e espírito de fragateiro, através da Marinha do Tejo de que é fundador e elemento preponderante. Tem contribuído para a regeneração e dinamização dos barcos típicos do Tejo (botes, varinos, canoas e catraios), e ajudado a manter as boas tradições fluviais do rio Tejo.

 

Ao longo da vida todos vamos conhecendo muita gente. Pessoas com quem apenas nos cruzamos, e outras que queremos que permaneçam nas nossas vidas pelo que para nós representam, e pelo imenso prazer do seu convívio. Mas somente algumas dessas pessoas ficarão para sempre na nossa memória. Uma dessas pessoas é o professor Carvalho Rodrigues, uma figura humana cativante, alguém que eu admiro, que fez a diferença para mim.

 

Apesar de ter nascido numa aldeia ribeirinha, a vida proporcionou-me conhecer muita gente de diferentes culturas e nacionalidades. Todavia, nunca havia conhecido alguém com tantos amigos como o professor Carvalho Rodrigues, amigos no sentido literal da palavra.

 

O Homem é um ser tão efémero, mas, apesar dessa efemeridade, pode deixar marca indelével durante a sua existência, produzindo uma impressão real na memória e no coração dos amigos. E os amigos não podem deixar a vida passar sem honrar e valorizar as pessoas mais importantes que passaram pelas suas vidas. Porém, as palavras nem sempre são suficientes para expressar a gratidão e o respeito que temos para com algumas dessas pessoas que conhecemos durante a vida.

 

Todos nós temos virtudes e traços de personalidade, que muitos chamam defeitos, ninguém é perfeito. A perfeição é sempre enfadonha. Há pessoas desagradáveis apesar das suas qualidades e outras encantadoras apesar dos seus defeitos. Mas, em minha opinião, as pessoas não têm defeitos. Aliás, a palavra defeito não deveria ser usada em relação aos seres humanos. O que as pessoas têm, na verdade, são traços de personalidade que não agradam, não combinam e não se adaptam com os traços de personalidade de outras pessoas. O ser humano não é um produto, uma máquina ou um insumo material. Defeituoso é tudo aquilo que não funciona como deveria funcionar. Nós, seres humanos, não funcionamos, nós vivemos. Por isso, neste texto de agradecimento ao professor Carvalho Rodrigues, não dou muito ênfase aos tais traços de personalidade que todos temos, não vêm ao caso. A imperfeição é a causa necessária da variedade nos indivíduos da mesma espécie. O perfeito é sempre análogo e não admite diferenças por excesso ou por defeito.

 

Não tenho a pretensão de falar em nome de todos os antigos fragateiros, mas gosto de pensar que muitos deles, sobretudo os que já cá não estão, se sentiriam representados neste meu agradecimento. Falo em meu nome, eu próprio também um antigo fragateiro, e em nome do meu pai, dos meus avôs e restante família ligada ao rio Tejo.

 

Por mais verdadeiras e bonitas que possam ser as palavras usadas neste momento, nunca serão suficientes para expressar o nosso agradecimento ao professor Carvalho Rodrigues, a quem nós, carinhosamente, chamamos de “professor”.

 

Obrigado por tudo, professor! Obrigado pelo humanismo, generosidade e simplicidade. Que a sua vida permita continuar a contribuir para dignificar os antigos fragateiros, assim como os barcos tradicionais do rio Tejo e suas gentes. Bem-haja!

 

Marcolino Fernandes: Escreve pela ortografia antiga, como forma de protesto pela subserviência ao Brasil. Agora um facto é um fato, não é um acontecimento. Para ser um acontecimento talvez tenhamos que passar a chamar “terno” ao fato. E terno é simplesmente carinhoso.

 

Pequena nota biográfica. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

 

Fernando Carvalho Rodrigues (Casal de Cinza, 28 de Janeiro de 1947) é um físico português, um cientista.

 

É licenciado em física na Universidade de Lisboa, e doutorado em engenharia electrónica pela Universidade de Liverpool.

 

Professor catedrático do Instituto Superior Técnico (1985), coordenador do laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (1984) e director da Faculdade de Tecnologia da Universidade Independente (1995) em Lisboa, é conhecido como o «pai» do satélite português, sendo o responsável máximo pelo consórcio POSAT que constituiu e lançou o primeiro satélite português, a 26 de Setembro de 1993.

 

O professor Carvalho Rodrigues recebeu diversos prémios e condecorações, dos quais se destacam o Pfizer (1977), a comenda da Ordem Militar de Santiago da espada (1995) e doutor Honoris Causa (1995) pela Universidade da beira Interior.

 

É também autor de diversas obras publicadas em Portugal e nos estados Unidos, encarregou-se da direcção do Projecto Educativo DIDACTA, à frente de uma vasta equipa de especialistas, investigadores e pedagogos.

 

Também gosta de cantar, ironicamente pela semelhança fisionómica com o tenor Luciano Pavarotti.

 

O professor é um homem sempre bem-disposto, ri-se muito e todos os assuntos, por mais científicos e complexos que sejam, vão dar a uma piada ou a uma história anedótica. Quem o conhece sabe do que falo.

 

 O seu currículo é tão extenso, tem tanta obra feita e recebeu tantos prémios e condecorações, que fiz apenas uma súmula, o que importa escrever neste agradecimento ao Professor Carvalho Rodrigues?

 

 «Os loucos vão à procura de razões, os homens sensatos nem sequer tentam»

 (Carvalho Rodrigues)

 

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